1-3Ele deu prosseguimento ao seu plano, viajando de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, pregando o Reino de Deus, anunciando a Mensagem. Os Doze estavam com ele. Algumas mulheres, que haviam sido curadas de várias enfermidades e aflições malignas, também os acompanhavam: Maria, chamada Madalena, de quem sete demônios foram expulsos; Joana, esposa de Cuza, oficial de Herodes; Susana e muitas outras que usavam seus recursos para suprir as necessidades do grupo.
A HISTÓRIA DAS SEMENTES
4-8Enquanto viajavam de cidade em cidade, muita gente se unia ao grupo e passava a acompanhá-los. A eles Jesus contou esta história: “Um lavrador saiu para semear. Algumas sementes caíram no caminho. Foram pisadas, e os passarinhos as comeram. Outras caíram sobre pedras e brotaram, mas secaram porque não tinham raiz. Outras caíram no meio das ervas daninhas, que cresceram e as sufocaram. Outras, por fim, caíram em terra boa e produziram uma grande colheita. “Vocês estão ouvindo com atenção?”
9Os discípulos perguntaram: “Qual é o sentido dessa história?”
10Ele disse: “Vocês já ouviram bastante a respeito do Reino de Deus. Conhecem as suas verdades. Mas há quem precise ouvir essas histórias, mesmo que nem sempre as entendam: Os olhos deles estão abertos, mas não veem nada, Os ouvidos deles estão abertos, mas não ouvem nada.
11-12“Essa história retrata a vida de muitos deles. A semente é a Palavra de Deus. As sementes no caminho são aqueles que ouvem a Palavra, mas o Diabo a arranca do coração deles, para que não acreditem que serão salvos.
13As sementes que caíram nos pedregulhos são os que ouvem com entusiasmo passageiro. Diante da primeira dificuldade, perdem o interesse.
14As sementes que caíram entre as ervas daninhas são os que ouvem a Palavra, mas a preocupação constante com o amanhã e a ilusão de viver para ganhar dinheiro e divertir-se a sufocam. As sementes não produzem nada.
15Já as sementes na terra boa são os bons corações que se apropriam da Palavra e se apegam a ela, não importa o que aconteça. Eles permanecem firmes até a colheita”.
SEM AVAREZA COM AS PALAVRAS
16-18“Ninguém acende uma lâmpada e depois a cobre ou a esconde debaixo da cama. Não, ela é posta num lugar visível de modo que todos os que entram no recinto possam ver por onde andam. Não estamos guardando segredos: nós os estamos revelando. Não estamos escondendo nada: estamos tomando tudo público. Por isso não guardem com avareza as palavras que estão ouvindo. Generosidade produz generosidade. A avareza empobrece”.
19-20A mãe e os irmãos de Jesus apareceram, mas não podiam chegar até onde ele estava por causa da multidão. Alguém o avisou: “Sua mãe e seus irmãos estão esperando lá fora. Querem ver você”.
21Ele respondeu: “Minha mãe e irmãos são os que ouvem e praticam a Palavra de Deus. Mais vale a obediência do que laços de sangue”.
22-24Um dia, Jesus e seus discípulos entraram num barco. “Vamos atravessar o lago”, disse. E partiram. Navegavam tranquilamente, e ele dormiu. De repente, uma tempestade terrível abateu-se sobre o lago, e a água começou a entrar no barco. O naufrágio era iminente, por isso eles foram acordar Jesus: “Mestre! Nós vamos.morrer!” Levantando-se, ele ordenou ao vento: “Silêncio!”; e disse às águas: “Acalmem-se!” O vento e o mar lhe obedeceram. O lago ficou em plena calmaria.
25Em seguida, repreendeu os discípulos: “Vocês não têm fé?” Atemorizados e chocados, eles gaguejavam: “Quem é este homem? Ele dá ordens ao vento e ao mar, e eles obedecem ao comando dele!”
O LOUCO E OS PORCOS
26-29Eles navegaram até a terra dos gerasenos, na margem oposta à da Galiléia. Quando Jesus desembarcou, um louco da cidade, vítima de demônios, ficou frente a frente com ele. O homem não usava roupas fazia muito tempo. Havia saído de casa e morava no cemitério. Quando viu Jesus, caiu diante dele, gritando: “O que queres comigo? Tu és Jesus, o Filho do Deus Altíssimo! Não me castigues!” (O homem disse isso porque Jesus havia ordenado ao espírito maligno que saísse dele.) O demônio fazia o homem ter convulsões, por isso ficava sempre vigiado, amarrado com correntes e algemas, mas, enlouquecido e dominado pelo demônio, arrebentava as correntes.
30-31Jesus perguntou: “Qual é seu nome?” “Meu nome é Multidão”, foi a resposta, porque eram muitos demônios que afligiam o homem. Em desespero, eles imploravam a Jesus que não os enviasse para o abismo profundo.
32-33Perto dali, uma grande manada de porcos estava pastando. Os demônios suplicaram a Jesus que os deixasse entrar nos porcos, e ele permitiu. O resultado foi terrível. Enlouquecidos, os porcos pularam de um penhasco e se afogaram no lago.
34-36Aterrorizados, os que cuidavam dos porcos saíram em disparada e contaram tudo o que viram na cidade e por toda a região. O povo foi conferir de perto a situação. Encontraram o homem de quem os demônios haviam saído assentado aos pés de Jesus, usando roupas decentes e em perfeito juízo. A cena era sublime, e por um instante os moradores tiveram mais reverência que curiosidade. Algumas testemunhas do fato contaram a eles como ocorrera a libertação do endemoninhado.
37-39Entretanto, mais tarde muitos moradores da região se ajuntaram e pediram a Jesus que saísse logo dali, porque estavam apavorados, Jesus entrou no barco e foi embora. O homem que havia sido liberto dos demônios pediu para ir com ele, mas Jesus o enviou de volta, aconselhando: “Vá para casa. e conte o que Deus fez por você”. Então, ele voltou e anunciou por toda a cidade, o que Jesus fizera por ele.
APENAS UM TOQUE
40-42Quando voltava, Jesus foi recebido por uma multidão. Todos estavam à espera dele. Um dos líderes da sinagoga, chamado Jairo, aproximou-se. Prostrado aos pés de Jesus, implorou que ele fosse à sua casa, porque sua filha de
12anos de idade, sua única filha, estava morrendo. Jesus foi com ele, abrindo caminho através da multidão, que o empurrava e apertava.
43-45Naquele dia, estava no meio da multidão uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragia. Ela tinha gastado todo o seu dinheiro com médicos, mas nenhum deles fora capaz de ajudá-la. Ela esgueirou-se por trás de Jesus e tocou na borda de sua roupa. Na mesma hora, a hemorragia parou. Então, Jesus perguntou: “Quem me tocou?”
46Ele insistiu: “Alguém me tocou. Senti poder saindo de mim”.
47Percebendo que não podia mais esconder nada, ela se ajoelhou trêmula diante dele. Contou sua história ao povo e deu testemunho de que havia ficado boa no exato instante em que o tocara.
48Jesus lhe disse: “Filha, você se arriscou por causa da sua fé e agora está curada. Tenha uma vida abençoada!”
49Enquanto ele ainda falava, chegou alguém da casa do líder da sinagoga e informou: “Sua filha morreu. Não precisa mais incomodar o Mestre”.
50-51Mas Jesus afirmou: “Não fique preocupado. Apenas confie em mim, e tudo ficará bem”. Quando chegou à casa do líder da sinagoga, só permitiu que entrassem com ele no quarto Pedro, João, Tiago e os pais da criança.
52-53Todos estavam chorando e lamentando sobre a menina. “Não chorem. Ela não morreu: está dormindo”, garantiu Jesus. Mas riram dele, porque sabiam que ela estava morta.
54-56Em seguida, Jesus tomou-a pela mão e disse: "Levante-se!” No mesmo instante, ela voltou à vida, levantou-se e respirou de novo! Jesus aconselhou os pais que dessem a ela algo para comer. Eles estavam assombrados, mas Jesus pediu segredo: “Não digam a ninguém o que aconteceu aqui”.